Os filósofos e poetas gregos falavam do “Destino”. Na mitologia , o Destino era representado por três sinistras irmãs : as Moiras. Elas eram cegas, porém tinham à mão um estranho olho de vidro com dom de ver passado, presente e futuro. Esse olho é o tataravô das “bolas de cristal” nas quais se crê antever o curso da vida. Uma das Moiras puxava o fio da vida, outra o esticava, enquanto a terceira o cortava rindo e zombando , como se cortar o fio da vida fosse uma diversão macabra. Com o fio, as Moiras fabricavam uma “ordo”, uma “urdidura” , isto é, uma “Ordem” da qual ninguém conseguia escapar. A “ordo/urdidura” era feita com linhas retas na horizontal e na vertical, como as grades de uma prisão. Muito diferente era o fio de Ariadne: fio do Afeto, fio da Arte. Enquanto o fio das Moiras estava preso a uma roda ( a “Roda da Fortuna”), o fio de Ariadne era puxado de um novelo, e assim libertado . Quanto mais se confia nesse fio, menos as Moiras conseguem cortá-lo. “Con-fiar”: